Sinopse: Ambientado na cidade de São Paulo, Pivot of Hearts é protagonizado por Wén Xiàn, um desenvolvedor de jogos taiwanês-brasileiro. Após um longo período de isolamento, Wén se reconecta com Etsuko, uma amiga que fez parte do seu passado, ao mesmo tempo em que estabelece novas conexões com Cauã, um colega de trabalho recém-chegado. A partir disso, o protagonista começa a repensar seus ideais de relacionamento. Pivot of Hearts explora com autenticidade e sensibilidade questões de gênero e relacionamento, abordando tópicos ligados à diversidade de gênero, etnia e sexualidade.

A mecânica do jogo é toda baseada em Tarot, e você pode fazer escolhas baseadas nos significados dos quatro naipes das cartas. Essa dinâmica é apresentada e explicada logo no começo, de forma bastante descontraída através de uma troca de mensagens do protagonista com uma amiga.

Em relação ao roteiro, personagens e ambientação, jogar a demo de Pivot of Hearts foi uma experiência bem diferente, mas ao mesmo tempo trouxe uma sensação constante de familiaridade. Isso se deu não apenas por conta das claras influências das VNs japonesas na construção do jogo, mas também pela identificação que podemos sentir com os papos nerds dos personagens, inseridos como “otakus” ou “geeks” no ambiente cultural brasileiro. Todos esses fatores trazem ao jogador otaku mais chances de identificação e aumentam a sensação de realismo e conexão com a nossa realidade, além de grandes doses de nostalgia.

E, falando em nostalgia, um ponto que me surpreendeu muito positivamente foi a música tema do jogo. A letra é japonesa e a melodia trouxe uma sensação de música antiga de anime – particularmente, me lembrou Sakura Card Captor – e acabou casando muito bem com a vibe que o jogo transmite.

De forma geral, durante a demo somos frequentemente surpreendidos com todo o dinamismo, diversão, alguns alívios cômicos e, novamente, a proximidade que a narrativa traz. Tudo isso com uma interface fofa e simples, mas sólida e bem construída.

Romance e Rotas

Apesar de a demo não revelar muito sobre os conflitos amorosos que o protagonista irá vivenciar (apresentando apenas vestígios deste tema em seu passado), em poucos minutos de jogo já somos apresentados ao primeiro personagem que virá a ser um dos interesses românticos: Cauã. Ele é um rapaz extrovertido e simpático, que acabou de entrar na empresa de jogos onde Wen trabalha. Além dele, também conhecemos Etsuko, uma amiga da escola com quem o protagonista havia perdido contato.

Apesar de parecerem muito diferentes – com Wen sendo mais fechado, e Cauã mais carismático e aberto – os dois vão descobrindo coisas em comum e se dando muito bem, e essa aproximação é o que abre Wen para novas possibilidades e vivências.

Em uma conversa conosco, a ilustradora e roteirista do game, Lívia Santos, revelou alguns detalhes sobre as rotas e o romance no jogo. Segundo ela, a história se mantém relativamente linear nos primeiros três capítulos, com pequenas diferenças dependendo das escolhas – com o uso dos naipes – que nos possibilitam conhecer mais e nos aproximarmos de Cauã. Também haverá a possibilidade de desbloquear um evento escolhendo ir a um encontro com Etsuko ou Cauã, acessando cenas especiais deles. Neste date, especificamente, descobrimos um pouco mais da dinâmica familiar de Cauã. Mas é apenas no capítulo 4 em que as escolhas feitas se ramificam para os diferentes finais. Ao todo, o jogo contará com cinco finais diferentes, com Cauã sendo o interesse romântico em pelo menos dois deles.

“Até a hora em que o Wen se dá conta de quem ele gosta, tem muitos momentos dessa dinâmica de ‘Somos colegas? Amigos? Tá rolando um clima?’, que foi bem divertido de escrever.” – Lívia

Essas nuances dos personagens e os vislumbres das interações entre eles foram transmitidas com bastante naturalidade, humor e leveza durante a demo. Recomendamos esta experiência, tanto para os fãs de visual novel quanto para aqueles que nunca tiveram contato com o gênero, e aguardamos ansiosamente o lançamento da versão completa.