Shinjuku Lucky Hole

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Post Original de 02/08/2014

Para comemorar (com um pouco de atraso) o dia do BL, venho apresentar a vocês um dos meus mangás favoritos de 2014: Shinjuku Lucky Hole. O quadrinho é da autoria de Kumota Haruko, uma autora que eu gostaria muito de conhecer mais, mas tem pouquíssimas obras traduzidas. Nobara, Madobe no Kimi, e Itoshi no Nekokke foram licenciados nos EUA,  mas os dois últimos volumes desse último – que tem 4 volumes no total – se perderam.

Sim, tem várias cenas de sexo no mangá. Várias.
Sim, tem várias cenas de sexo no mangá. Várias.

Shinjuku Lucky Hole é composto de capítulos únicos sobre personagens que trabalham numa agência de filmes pornôs gays. Sakuma é o presidente e um ex-yakuza, provado através da falta do seu dedo mindinho, e Kumi é o vice-presidente, um famoso ator do ramo agora aposentado. A história é sobre o dia a dia do relacionamento deles, apesar da “história de amor” ser contada apenas no final.

A narrativa segue uma ordem não linear para apresentar cada um dos personagens e o andamento da empresa. Começamos com o pobre Kumi – cujo nome se escreve com os kanjis usados para “amargura” – lidando com o recrutamento de um jovem engravatado que chegou lá sem ter ideia de que faria um pornô homossexual. Depois passamos para um filho adolescente de um chefe da yakuza sonhando em ter uma única noite de sexo com seu primeiro amor, nesse caso Sakuma, antes de seu pai descobrir que é gay. O ex-yakuza logicamente pensa que isso não passa de um aborrecimento. O terceiro capítulo aborda um novo ponto de vista apresentando o editor/câmera dos filmes pornográficos e sua paixão platônica por Kumi.

Até aí temos uma boa comédia, um toque de drama, e várias cenas de sexo (incluindo um ménage!). Revelam-se pistas do relacionamento de Sakuma e Kumi, mas nada que deixa claro o que está acontecendo ali. Os capítulos 4 e 5 se dedicam a contar como eles se conheceram.

Adoro essa página meio voyeur. Dando de cara com a leitora.
Adoro essa página meio voyeur. Dando de cara com a leitora.

Kumi, que herda a dívida da família após a morte do pai, é jogado aos cuidados de Sakuma, pelo grupo yakuza do qual faz parte, para tentar fazer algum dinheiro com o jovem. Não vou romantizar o que acontece a partir disso, o relacionamento deles segue a receita clássica da síndrome de Estocolmo que vemos em muitos BLs por aí.

No entanto, eu gostei do desenvolvimento dos dois que se juntam mais para lamber as feridas um do outro, já que ambos estão à margem da sociedade e sozinhos. Um relacionamento que é uma mistura de dependência e simpatia e ressentimento.

Shinjuku Lucky Hole é uma leitora hipnotizante, com a mistura certa de comédia, drama, sexo, e humor negro para agradar as fujoshis procurando algo diferente. Os personagens são fascinantes – eles mentem, manipulam e enganam – e tão memoráveis que é possível que eles façam aparições no futuro, segundo as palavras da autora.

Assim como em Itoshi no Nekokke, ela usa o recurso de apresentar de início o presente – estável, curioso, divertido – antes de voltar ao passado trágico dos personagens. Não posso afirmar se essa característica é uma tendência no trabalho dela, até porque li somente 3 mangás BL dela e nem tenho acesso aos quadrinhos josei que já publicou, mas gosto dessa escolha narrativa.

A arte da Kumota Haruko é um show à parte. Os personagens esguios e as formas arredondadas adicionam um filtro sobre a narrativa que parece suavizar o drama e aumentar a sensualidade. Ou talvez esteja eu só que esteja apaixonada pela arte dela. Você decide.

Eu depois de ler o mangá.
Eu depois de ler o mangá.

O mangá também ganhou um Drama CD com um ótimo elenco. Miki Shinichiro (Roy Mustang em Full Metal Alchemist, Urahara em Bleach) faz a voz de Kumi, e Horiuchi Kenyuu (Pain em Naruto Shippuden, Yokozawa em Sekaiichi Hatsukoi)a de Sakuma. No elenco também estão Hatano Wataru (Shiro Fujiwara em Sex Pistols, Misao Kuba em Okane ga Nai), Suzuki Tatsuhisa (Makoto Tachibana em Free!!, Takao Kazunari em Kuroko no Basket), Ono Yuki (Kagami Taiga em Kuroko no Basket) e Takeuchi Ken (Koi Kaidou em Loveless).

Melhor capa.
Melhor capa.

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